Todo o lugar na África
Parte I - Joanesburgo - Jan.2020

Por Nilo Cunha

Mining District

Casa de Mandela

Constitution Hill
A história dessa viagem começa em 2018, quando percebemos que viajávamos sempre pelas Américas ou Europa, e na verdade o mundo é um pouco maior que isso. Bom, criamos então um projeto com o nome de: O mundo é um pouco maior que isso, que tem como intenção de "pinar" os seis continentes habitáveis até 2023. Agendamos então a primeira etapa desse projeto para 2020. A viagem para África do Sul, colocamos o titulo da viagem como - Todo o Lugar na África, que é uma parodia ao filme alemão de 2001, dirigido e produzido por Caroline Link. O planejamento foi facilitado pois pela primeira vez contratamos um guia local então nos preocupamos apenas com reservar os voos e hotéis e escolher que passeios faríamos todo restante da logística ficou com o guia. Com relação ao voo nós optamos por ir a Joanesburgo primeiro pois tínhamos uma ideia de ir de trem até Cidade do Cabo, porém não conseguimos reservar a tempo o trem. O que quero dizer é que o melhor é primeiro visitar Cidade do Cabo e vir voltando. Sobre a viagem, chegamos a Joanesburgo pela manhã e deixamos as malas no Hotel e saímos para um city tour pela cidade. Passamos pelo Mining District que é uma região que sedia escritórios de algumas das maiores empresas de mineração do mundo e prédios históricos. É também um museu ao ar livre que retrata a história e o legado da mineração na África do Sul. Passamos também pela casa de Mandela não aquela famosa em Soweto mas a que ele morou depois de ser presidente.

Museu do Apartheid

Orlando Towers

Hector Pieterson Memorial
Paramos então em Constitution Hill que é um local que abriga a Corte Constitucional a mais alta corte judiciária do país - e o Complexo Old Fort Prison, uma prisão que abrigou muitos presos antes do início da democracia na África do Sul entre eles Gandhi e Mandela. A próxima parada foi o Museu do Apartheid que é um dos pontos turísticos que não devem ficar de fora de nenhum roteiro. O nome dá uma ideia do que encontrar no lugar, mas só ao visitá-lo você poderá sentir na pele como foi o apartheid e entender o impacto que causou na sociedade. No interior do museu, o acervo é grande (porém não é permitido fotos em seu interior). Fotos, vídeos, painéis, objetos e outros artigos contam a história de pessoas comuns e de pessoas famosas, como o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, durante o apartheid. Mais do que contar a história o museu tem o objetivo de conscientizar as pessoas e promover a luta contra a discriminação racial, logo na entrada as pessoas são separadas aleatoriamente entre brancos e não brancos só para todos entenderem a questão do apartheid na pele. Seguimos então para Soweto e paramos nas Orlando Towers, que foram parte de uma antiga central elétrica, hoje todinha grafitada. É lá que alguns malucos fazem bungee jump.

Restaurant Vilakazi

Casa de Mandela

Estádio FNB
Fizemos outra parada em Soweto no Hector Pieterson Memorial, foi construído em memoria do estudante de 13 anos Hector Pieterson, que foi morto durante o levante de Soweto em 1976, um dos episódios mais sangrentos da história da África do Sul. Lá está exposta a reprodução da foto do jornalista Sam Nzima com Pieterson sendo carregado que correu o mundo e virou símbolo da luta contra a segregação. A essa altura já estávamos com muita fome então seguimos para o Restaurant Vilakazi, que fica na rua mais conhecida de Soweto a Vilakazi, fomos então provar um pouco da comida regional. A próxima parada foi na Casa de Mandela: Nelson Mandela é uma das grandes personalidades mundiais, negro, formado em direito, ex-presidiário e ex-presidente da África do Sul, ele viveu por muitos anos em Soweto e conhecer a casa onde morou é uma forma de resgatar um pedaço de sua história e seu legado. Mandela viveu na pequena residência em Soweto por mais de 15 anos e nesse local estão hoje reunidos móveis, fotografias, quadros, objetos de uso pessoal, livros, prêmios e outras coisas. Antes de deixarmos Soweto passamos no Estádio FNB, também chamado de Soccer City, foi um dos estádios que receberam jogos da Copa do Mundo de 2010. Nesse estádio, que tem capacidade para quase 95.000 pessoas, aconteceram a primeira e a última partida da Copa da África do Sul.

Mandela Square

Tribos Culturais ou Lesedi

Lion Park
No final do dia seguimos até Mandela Square que é uma praça na cidade de Johanesburgo que tem lojas e vários restaurantes. O lugar fica anexo ao Sandton City Mall, em um complexo seguro e moderno, lá você encontra várias opções de entretenimento e restaurantes bacanas. Na parte central de Mandela Square você encontrará uma estátua imponente do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, símbolo da luta contra o apartheid. Nós optamos em jantar por lá no Trump's Restaurant onde o principal atrativo é a escolha do vinho na cave do restaurante. Pela manhã fomos visitar as chamadas Tribos Culturais ou Lesedi é um passeio em uma vila composta por representações de residências tradicionais e oferece a oportunidade de conhecer pessoas das origens Zulu, Xhosa, Pedi, Ndebele e Basotho, em uma apresentação bem humorada. O passeio reflete a diversidade dos habitantes originais da África do Sul com elementos de muitas culturas tribais. Na aldeia, você pode admirar os esquemas de cores das cabanas, experimentar danças e comidas tradicionais. O passeio termina com um Pot-pourri de danças tradicionais. Na sequência, mais um atrativo, o parque que se autodenomina a atração número um dessa parte da África do Sul o Lion Park. Além disso, ele foi eleito pela revista Newsweek como uma das cem atrações que você deve conhecer no mundo. Lá você tem algumas atividades a primeira que fizemos foi a interação com os filhotes de leões que é bem legal. Os animais estão sempre dispostos a brincar com você.

Trump's Restaurant

Gold Reef City

Mina Crown
Outra atividade que fizemos foi um safári em carro fechado, na verdade não é bem um safari pois os animais estão confinados em áreas específicas que você pode visitar, e talvez por isso é garantido ver os animais bem de perto. A noite retornamos a Mandela Square e ao Trump's Restaurant. Começamos o dia no parque temático Gold Reef City que é um complexo que abriga hotéis, restaurantes, cassino, um parque de diversões e até uma mina de ouro. Primeiro fizemos a visita à antiga mina Crown faz parte do parque temático, construído na região que ajudou a transformar Joanesburgo na “Cidade do Ouro”, descemos somente a até o nível 1 a 75 metros de profundidade, sempre acompanhados por um guia, lá a temperatura é de 16ºc. A segunda parte da visita a mina é uma demonstração da simulação da decantação do ouro, com um grande forno com fogo a 1.062°C, e no final, o líquido vira uma barra de ouro e é exibida ao público (a barra de ouro não é real). Ainda utilizamos alguns brinquedos do parque, mas no geral aproveitamos pouco a estada no parque.

Gold Reef City Casino

Pilanesberg National Park

Pilanesberg National Park
Seguimos então por uma ponte que une os dois complexos até o Gold Reef City Casino, não chegamos a visitar o cassino, porém sua entrada é bem luxuosa. Depois seguimos até o Sandton City Mall para passear e comer algo na praça de alimentação mesmo. Logo pela manhã seguimos para realizar nosso esperado Safari no Pilanesberg National Park, que é ideal para quem não pretende sair de Johanesburgo. Pilanesberg é um antigo complexo vulcânico que com o tempo as paredes do vulcão foram caindo e se transformou em um sítio perfeito para vida animal. O Safári não existia, ele foi criado com a intenção de proteger os animais das caçadas que estavam aumentando e causando muita preocupação.

Pilanesberg National Park

Sun City

The Palace
Pelo caminho existem alguns “esconderijos” onde você pode sair do carro o mais frequentado é o Mamkwe que fica próximo ao lago. Existem alguns outros locais que é possível, por sua conta e risco, descer do carro como o G52, lá a vista do local é esplendida. Também tem alguns centros onde você pode fazer uma parada estratégica, tipo comer alguma coisa, banheiros e até fazer um piquenique em segurança. No parque são encontrados cerca de 28 tipos de mamíferos, mais de oitenta tipos de pássaros além de répteis. Passamos também para conhecer Sun City que é um complexo de entretenimento no interior da África do Sul. Assim é Sun City, um lugar que reúne tantas atrações que já virou um destino por si próprio. Construída em 1979, e liderada pelo hotel 6 estrelas o Palace, Sun City é um resort completo, com hotéis de várias faixas de preço, um parque aquático, campos de golfe, cassino, vida noturna, lojas e restaurantes. É como uma minicidade, ou uma pequena Las Vegas sul-africana.

Monumento Voortrekker

Church Square

Union Buildings
Na manhã seguinte seguimos para Pretória a que é a capital administrativa da África do Sul. Lá visitamos primeiro o Monumento Voortrekker. Essa enorme estrutura de granito está localizada no topo de uma colina, dentro de um parque, e foi erguida para comemorar os Voortrekkers que deixaram a Colônia do Cabo entre 1835 e 1854. Os Voortrekkers eram colonos calvinistas, principalmente da Holanda mas também da Alemanha e França. Os Voortrekkers derrotaram os Zulus na Batalha do Rio de Sangue em 1838. Nesse dia se comemora o Dia da Promessa, que é um feriado religioso muito polêmico por lá. Seguimos para a praça da igreja (Church Square) fica no centro histórico de Pretória. O fundador de Pretória, Marthinus Pretorius, declarou que a praça deveria ser usada como pátio de igreja e mercado. A praça foi cercada, entre 1856 e 1905, com vários prédios históricos e arquitetônicos: o Palácio da Justiça, o Antigo Teatro do Capitólio, as Câmaras de Tudor e os Correios, todos projetados por William Hawke. O Union Buildings que é a residência oficial e sede do gabinete do Presidente. A pedra-fundamental foi lançada em 11 de 1910 e três anos mais tarde cerca de 1.200 operários concluíram a estrutura. O prédio foi projetado pelo arquiteto inglês Herbert Baker em estilo vitoriano e possui forma circular, com asas laterais que representam a união do povo outrora dividido e as duas línguas mais faladas do país, o inglês e o africâner.

Transvaal Museum

Paul

Melrose Arch
Em 2013 foi inaugurada uma estátua gigante de Nelson Mandela com os braços abertos em sinal de conciliação, a postura da estátua denota que a África do Sul agora é um país democrático que abraça toda a nação e convida à união, ao contrário de outras estátuas de Mandela, que o mostram com o punho para o alto. Paramos para almoço no café 41. Seguimos depois pelas ruas de Pretória passando em frente de alguns pontos turísticos - Kruger Museum, Melrose House, Transvaal Museum Sun Arena e Time Square Casino. Começamos o dia tomando um café no Paul em Melrose Arch, que é um complexo privado com hotéis, shopping, bares, lojinhas de rua, galerias de arte e vários restaurantes. Em Melrose Arch, além de visitar muitas lojinhas descoladas ainda conhecemos uma galeria de arte sul-africana. O almoço foi no Tashas também em Melrose Arch. A tarde deixamos o nosso hotel o Enigma Hotel e partimos rumo a Cidade do Cabo.

The Melrose Gallery

Tashas

Enigma Hotel
Agora que terminei de escrever percebi que o post ficou meio extenso (de novo), mas não dá para fazer melhor, são muitas historias para contar. Bom vocês devem ter percebido que não falei em preço dos passeios, o motivo é meio que simples eles fazem parte de um pacote contratado com o guia local e as entradas já estavam incluídas no passeio, e como nessa viagem quebrei um regra básica das minhas viagens, que é não viajar em alta temporada o passeio no geral acabou ficando meio caro, mas valeu muito apena.
Se precisar de um guia na África do Sul ou em outro lugar do mundo de uma olhada nessa dica: Uma palavra amiga – Guias e transfer para viajantes.