Atravessando os Andes. Nov2011
No primeiro post gostaria de compartilhar com vocês uma experiência onde tudo pareceu dar errado, mas na verdade acabou sendo uma viagem muito agradável onde tivemos experiências de todo tipo em uma viagem quase que inesperada, a historia resumida e a seguinte nesse ano minha irmã tinha combinado conosco uma viagem a Europa, mas por problemas de saúde ela acabou por não ir com o grupo.
No final de 2011 aconteceria um feriado prolongado, então tive uma idéia de conhecer Montevidéu (em outro post eu falo de Montevidéu), conversei com o grupo que costuma viajar conosco ai minha irmã (aquela mesmo que não pode viajar conosco para Europa) sugeriu Mendoza na Argentina, e a turma aprovou a idéia.
Então vamos comigo para Mendoza.
O primeiro problema que tivemos foi comprar as passagens, abrindo um espaço na historia, todas as passagens devem ser compradas com no mínimo 6 meses de antecedência, fora isso as opções são menores e o preço e maior (aloowww a velha lei da oferta e procura), como não respeitamos essa antecedência não encontramos mais passagens para Mendoza nas datas que precisávamos, putz acabou ai? Claro que não começamos a pensar em alternativas e depois de muito “será que dá certo” compramos passagens para Santiago (Chile), a viagem para Mendoza tinha acabado de transformasse na travessia dos Andes.
Então trabalhei em um roteiro para que a travessia que não fosse apenas um deslocamento e sim uma parte da viagem com paradas que agregassem alguma coisa, o planejamento da viagem não foi muito complexo eram poucos dias e envolvia na parte logística apenas aluguel da um carro, hospedagem nas duas cidades e a reserva de alguns passeios e restaurantes.
Com relação às reservas dos vôos fizemos pelo DECOLAR.COM mesmo, quanto aos Hotéis fale a pena falar um pouco, nosso grupo não curte muito a historia de ficar dentro de Hotéis nos gostamos mesmo é de ir para rua, então nossas relações com os Hotéis são muito simples, ou seja, não precisamos de luxo apenas fazemos questão que o Hotel seja limpo e bem localizado, sempre que possível optamos pela rede Íbis, e nessa viagem não foi diferente reservamos o Íbis tanto em Santiago com em Mendoza, é foi uma boa escolha.
Tudo pronto reservas feitas, vouchers impressos, mala arrumada e vem comigo para Santiago.
Primeiro Dia (na verdade noite) - A nossa sorte parecia estar mudando chegamos ao aeroporto e descobrimos que algumas das nossas passagens promocionais eram de uma classe tipo executiva com direito inclusive a sala VIP e tudo mais, o que foi o excelente já que o vôo atrasou e ficamos na mordomia ao invés de no stress.
O vôo foi tranqüilo (com mordomia é mole) na chegada a Santiago os problemas voltaram, nos tínhamos alugado uma Van de nove lugares com GPS na Alamo (lembre-se se for fazer esse passeio à locadora precisa fornecer uma declaração autorizando o carro atravessar a fronteira de outro pais, Chile-Argentina), quando fizemos a reserva só a Alamo ainda tinha esse tipo veiculo disponível para alugar. A Van estava lá e a autorização também, inclusive o empregado da Alamo aguardou a nossa chegada, o atraso do vôo fez com que chegássemos após a hora prevista para fechar a loja, porém o GPS não. O empregado informou que poderíamos retirar um GPS na loja da Alamo no centro de Santiago, sem muito o que fazer topamos a historia e fomos em frente.
Ir do aeroporto ao Hotel em Santiago foi à primeira saga, embora o empregado da Alamo tenha feito com muita boa vontade um mapa, em algum ponto, orientamo-nos pelas placas de sinalização e entramos num túnel, que simplesmente atravessou Santiago inteira e quando percebemos tivemos que voltar para a cidade, agora não mais pelo túnel, em tempo esse túnel e o San Cristóbal Tunnel, que é uma obra de infra-estrutura fantástica que serve de exemplo para qualquer grande centro, por ser subterrâneo não tem sinais e o transito sempre flui a qualquer hora do dia, por fim chegamos ao Hotel e fomos descansar para a viagem do dia seguinte.
Agora sim o primeiro dia do passeio, na verdade esse primeiro só começou lá pela 10 horas fizemos um tour em Santiago para achar o GPS.
A estrada em Santiago é muito boa o asfalto é regular e a estrada é bem sinalizada, fora uma greve que fechou a estrada por alguns momentos o passeio até nossa primeira parada foi tranqüilo, apesar do grande numero de caminhões que freqüentam essa estrada.

Estrada para os Andes
Monumento a batalha de Chacabuco. Foi legal rever o monumento lembro que passei aqui na primeira vez que estive no Chile (outra historia, outro post).

Monumento a batalha de Chacabuco
Voltando a estrada começamos a subida para os Andes e passamos por um dos trechos de estrada mais icônicos da América do sul os chamados Los Caracoles, que embora sejam bem interessantes do ponto de vista de um passageiro do ponto de vista do motorista é atenção redobrada, mão dupla, sem acostamento e caminhões em profusão uma formula perfeita para acidentes.

Los Caracoles
Nossa segunda parada foi em Portillo já no alto da cordilheira, lá existe um Hotel com o mesmo nome que no inverno é uma estação de esqui, o visual é fantástico, lá almoçamos com vista para a Laguna Del Inca, na minha opinião um dos lugares mais bonitos do mundo.

Laguna del Inca
Após esse almoço revigorante chegou a hora de atravessar o túnel que corta os cumes da cordilheira, outra obra incrível pela época em que foi feita e pelas condições climáticas do local, o túnel é totalmente escavado nas rochas, você chega a emocionar-se quando atinge a outra extremidade do túnel. Um conselho, não faça essa travessia no inverno além das condições climáticas desfavoráveis você corre o risco de ficar preso na estrada é comum ela ser fechada por conta de deslizamentos, neve ou falta de visibilidade, mesmo que você seja um motorista experiente com neve com a estrada fechada não adianta nada.

Túnel Internacional Cristo Redentor
Em solo argentino nossa próxima parada foi no Parque Provincial do Aconcagua nos esperávamos ficar mais tempo no local para apreciar melhor a imponente vista do Aconcagua com seus 6.960 metros (a montanha mais alta da América), mas com todos os atrasos nos chegamos no parque no final de tarde e não estávamos preparados para o frio que estava fazendo àquela hora, então foi só tirar umas fotos e correr dali.
Logo após o túnel fica o posto da Alfândega, preste muita atenção, pois os agentes não fazem nenhuma questão de esclarecer para vocês o que deve ser feito, lembre-se que você tem que passar pela aduana Chilena e a imigração Argentina, por incrível que pareça o pessoal da Argentina é mais cordial, mas preste bem atenção senão você corre o risco de voltar tudo de novo (aconteceu conosco).

Aconcagua
A ultima parada foi o Puente del Inca, nos até pretendíamos para também ir também na Represa Potrerillos, mas acabou ficando tarde, se você fizer esse roteiro dê uma passada por lá. O Puente del Inca é uma formação rochosa que sofreu os efeitos erosivos das águas do rio de Las Cuevas, as ruínas são de um hotel de águas termais, e a coloração vem das águas sulfurosas da região.

Puente del Inca
Pouco antes de chegar a Mendoza, caiu um verdadeiro dilúvio (olha que não chovia em Mendoza fazia seis meses), daqueles que os motoristas locais paravam o carro no acostamento ou debaixo de pontes para se abrigar. Como bom carioca esse negocio de chuva e enchente não mete mais medo na gente, então seguimos e finalmente chegamos no Hotel.
Se você acha que depois dessa provação ficamos no Hotel para descansar, errou feio, nos tínhamos uma reserva no Azafran, então pegamos um táxi (não agüentava mais dirigir) e partimos, alias se decidir ir lá também faça a reserva para a mesa da cave, que fica dentro da adega climatizada, faz frio lá dentro mais é parte do barato, eles fornecem umas mantinhas para você vestir e vira diversão.

Azafran
A comida é muito boa o preço é justo o lugar é agradável e o serviço muito bom, esse é lugar para ir.
Bom depois dessa agradável noite, ir para o Hotel e descansar, ptuz, lembra do dilúvio, olha ele de volta, e com a chegada dele os táxis sumiram ficamos parados na porta do restaurante um bom tempo antes de conseguir um táxi, { um táxi = 5 pessoas } equação errada! Então mandamos três embora para o Hotel e ficamos eu e meu cunhado procurando outro táxi, que não aparecia de jeito nenhum, por sorte minha irmã teve o bom senso de pegar um táxi no Hotel e ir buscar a gente senão acho que eu ainda estaria em Mendoza.
Bom chegou o dia de conhecer as vinícolas e uma chuva fina ameaçava acompanhar a gente durante o dia todo, a primeira da nossa lista era a Zuccardi lembro que durante o planejamento da viagem agendamos com eles diversos passeios, tipo, passear de bicicleta pelos vinhedos, passear de carro clássico pelos vinhedos e até passeio de balão, e que essa chuva mandou literalmente por agua abaixo.
Bom restava ainda o tour pela vinícola, a degustação de vinho e o almoço, isso nós conseguimos aproveitar bem na época achei o passeio pela Vinícola bem legal, e verdade que foi o primeiro passeio desse tipo que fiz não tinha ainda como comparar.

Familia Zuccardi
A degustação que foi na Cosecha de Artistas um lugar bacana cheio de esculturas e o enólogo que nos acompanhou foi bem simpático (apesar de Argentino), depois fizemos a tradicional parada na loja de vinhos.

Cosecha de Artistas
Por fim o almoço, o restaurante da família Zuccardi e a Casa Del Visitante que fica do lado oposto a vinícola, é só atravessar a rua, e nesse momento tivemos a oportunidade de passar pelos vinhedos. O almoço em si, na minha opinião, deixou a desejar.
Tínhamos planos de visitar outras vinícolas a tarde mas não encontramos nenhuma aberta, então nossa única opção para a tarde foi levar a mulherada para o Mendoza Plaza Shopping, o lado bom e que no shopping e que tem um loja dos sorvetes Ferruccio Soppelsa o mais adorado pelos mendocinos.
A noite fomos Jantar no restaurante 1884 do renomado chef Francis Mallman, não tenho tantos adjetivos em meu vocabulário para a comida do local, acredito que tenha sido o melhor Gnocchi que já comi em toda minha vida, bom acredito que isso define bem nossa experiência.
Bom acordamos para o ultimo dia em Mendoza comemorando o aniversário da minha irmã e depois partimos para um passeio no Parque San Martin que é tipo uma Quinta da boa Vista (quem é Carioca sabe o que é isso) bem cuidada.
Restaurante 1884

Nosso último compromisso antes de seguir viagem para Santiago foi almoçar no Cavas Wine Lodge. Imagine um vinhedo. Imagine luxuosos chalés dentro desse vinhedo e por último feche tudo com uma deslumbrante vista da cordilheira dos Andes. Isso é Cavas Wine Lodge, almoçar com os amigos aproveitando essa vista foi realmente fantástico, e um passeio que recomendo fazer quando estiver em Mendoza.
Parque General San Martín

Bom agora só restava encarar a viagem de volta, dessa vez iriamos cruzar a cordilheira sem paradas uma estirada de cerca de seis horas dirigindo.
Cavas Wine Lodge

Entrada do Túnel Cristo Redentor
Na chegada a Santiago tínhamos a pretensão de jantar no Como Agua Para Chocolate mas o cansaço da estrada foi maior então o dia acabou assim.
No último dia do passeio tentamos visitar o Cerro de Santa Lucia, já que algumas pessoas do grupo nunca haviam estado em Santiago, mas infelizmente o transito de Santiago não colaborou, aí achamos melhor ir direto para as compras no Outlet.
O Outlet Boaventura possui boas lojas e preços bem razoáveis o que fez aumentar um pouco mais o volume das nossas bagagens.
No aeroporto de Santiago tivemos mais um problema duas pessoas do grupo acabaram caindo em overbooking e depois de muita confusão e choradeira duas pessoas do grupo que não precisavam trabalhar no dia seguinte ficaram em Santiago para voltar no dia seguinte, o pior de tudo foi constatar que no avião havia lugares suficientes para todos, o que demonstrou uma tremenda falta de organização da empresa Lan.
Bom essa é a história do passeio e nosso primeiro post, ai você se pensa: que viagem ruim, cheia de problemas, o que posso dizer que apesar de tudo a viagem foi fantástica estivamos em lugares lindos a companhia foi sensacional e acima de tudo aproveitamos para celebrar a vida e o que ela representa.
Agradeço a paciência e a força de vontade para ler o post e espero encontrar vocês novamente em outras aventuras. Vlw!
Post escrito por Nilo Cunha
